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Cap. 183

A dona do cabaré se reequilibra e procura mais informações: — Tex, você disse? Nome diferente, não é?

Cobra: — Chegou de madrugada. Está bebendo no Ramirez e quer dormir antes de ir embora.

Lucretia: — Faz sentido. Mas, me diga, como é esse Tex?

Cobra: — Branco.

Lucretia: — Certo. E o que mais? Alto? Gordo?

Cobra: — Um pouco mais baixo do que eu. Magro. Vai caber nas suas camas.

Lucretia: — E os cabelos? Você não é bom para descrever as pessoas, não é?

Cobra: — Você esteve em minha aldeia, certo?

Lucretia concorda.

Cobra: — Conseguiria diferenciar um irmão de outro se voltar lá.

Lucretia: — Reconheceria sua avó. Eu acho?

Cobra: — Então, para mim é igual. Demora perceber as diferenças entre vocês.

Lucretia: — Oh! Desculpe a minha...

Cobra: — Ele tem cabelo da mesma cor do xerife.

Lucretia morde o lábio superior olhando para o vazio. Ela bate no balcão e ordena: — Uma dose para o delegado se distrair enquanto eu subo para... ver se tenho um quarto vago. Com licença.

Esperando pela dose, Cobra nem vê a rapidez com que Lucretia supera a escadaria. Ofegante, ela entra no quarto em que Wayne xinga a mulher que tenta fazê-lo comer.

— Pode deixar comigo, querida. Ele agora é meu. – disfarça a dona do cabaré, enquanto expulsa gentilmente (ou ne tanto) a moça do quarto.

Wayne percebe a ansiedade: — O que aconteceu? O que aqueles dois lazarentos já fizeram de mer...

Lucretia interrompe: — Ted Tex está aqui.

Wayne arregala os olhos: — Tem certeza? Você viu o sujeito?

Lucretia: — Não, mas chegou um forasteiro dizendo chamar Tex que parece ser ele.

Wayne: — Ele está aqui?

Lucretia: — Não. Está bebendo no Ramirez.

Wayne: — Será que ele sabe que estamos aqui?

Lucretia: — Acho que não. Se estivesse atrás de um de nós, chegaria mais discretamente, para nos pegar de surpresa e, com certeza, traria muita gente com ele.

Wayne: — Que diabos o Tex veio fazer aqui, então?

Lucretia: — Não faço ideia. Talvez esteja mesmo só de passagem. Somos prova de que essa cidade tem o dom de atrair tudo o que não presta.

Wayne: — E agora, o que vamos fazer com ele?
 

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